Faro: Setembro leva dança, teatro e um Concerto Solidário ao Teatro das Figuras
O Festival Dance Dance Dance marca o arranque do mês de Setembro, no Teatro das Figuras. O início deste festival aconteceu no dia 7 de Setembro com o espectáculo VÄRA, uma criação do coreógrafo Daniel Matos e uma co-produção do Teatro das Figuras. Este objecto artístico surge na urgência do encontro entre corpos e leva a palco sete intérpretes, que habitam um espaço cercado por plásticos, aludindo à exposição da carne num talho. É aqui que procuram e potenciam a tentativa de diálogo através da repetição, acumulando erros e ampliando o confronto com a realidade de cada um.
JONAS&LANDER trazem-nos BATE FADO a 10 de setembro. Um espetáculo híbrido entre a dança e um concerto, com 9 performers: 4 bailarinos, 4 músicos e um fadista (bailarino). À semelhança da maioria das correntes musicais urbanas, tais como o Samba ou o Flamenco, também o Fado teve danças próprias. Em BATE FADO, Jonas&Lander propõem-se a reinterpretar e a recuperar o ato de se bater (sapatear) o Fado, onde a dança emana a qualidade de instrumento de percussão em diálogo com a voz e as guitarras. BATE FADO revela-se como o primeiro passo para o resgate da dança que o Fado perdeu.
EM VEZ DE UM CORPO, criação de Sara Martins numa coprodução com o Teatro das Figuras, terá a sua estreia a 14 de Setembro. Neste espectáculo a criadora pretende pensar o corpo como metáfora de uma cidade a partir da ideia de tornar central o que é visto como periférico/dispensável ao próprio corpo. Há um questionamento sobre a possibilidade de poder encontrar no corpo os valores/sabedorias/práticas que o habitam "perifericamente". Gentrifica-se o corpo como se gentrifica uma cidade.
O Festival Dance Dance Dance continua a 17 de setembro, com outra co-produção do Teatro das Figuras, e outra estreia nacional no caso do espectáculo VISLUMBRES DO ALÉM de Arianna Romano e David Bastos. Esta peça assume-se como uma criação coreográfica, sonora e visual em forma de ritual que celebra a transformação da alma. Neste espaço imaginário o plano humano trespassa o véu da morte, sendo absorvido pelo espaço intangível do espírito. A atmosfera hipnótica transporta a personagem por dimensões do cosmos e da alma humana numa viagem onde, conforme a cosmo-visão do paraíso dantesco, incorpora a essência de cada camada que atravessa até à reminiscência do corpo, no eterno.
No dia 21 de Setembro o Teatro das Figuras acolhe a coreografia TRÊS GRITOS pelo Grupo Impacto de Dança numa coreografia de Mário Nascimento. Este espetáculo reflecte sobre três elementos base necessários na vida e na guerra: acreditar, lutar e chegar ao fim. Estes elementos entrelaçam-se com o grito para INICIAR; o grito para PERMANECER e o grito para FINALIZAR. Os instantes decisivos que marcam o ANTES, o DURANTE e o DEPOIS de cada caminhada.
O Dance Dance Dance termina a 24 de setembro, com o espectáculo CAVALOS SELVAGENS, uma criação de Bruno Alexandre e que parte dos Cadernos de Vaslav Nijinsky como dispositivo literário, para construir uma ficção acerca do mesmo, recorrendo às ideias de património coreográfico, insubmissão e tumulto.
Entre os dias 12 e 17 de setembro, como parte da programação do Festival Dance Dance Dance acontece a Oficina de Contacto e Improvisação por Ana Borges . Esta formação incidirá sobre a Técnica de Movimento "Contact - Improvisation" adoptada pela Dança e outras Artes Performativas.
Ainda no mês de setembro, no dia 29 será apresentado o espectáculo de teatro físico, NAPOLEÃO OU O COMPLEXO DE ÉPICO pela companhia do Chapitô – onde se procura entender o homem que foi Napoleão e o todo o fenómeno em torno de si criado, um constante debate entre o fascínio e o repúdio. A sua força de vontade era única. A sua queda foi proporcional à sua ascensão. Uma vida que reúne todos os ingredientes para uma incrível história. Muito é e continuará a ser dito sobre Napoleão Bonaparte, caberá ao público julgar ou celebrar a sua figura histórica.
No último dia do mês o Teatro das Figuras acolhe o Concerto Solidário “Prometo Viver” que junta vários artistas nacionais numa noite repleta de música, partilha e movida pela força que nos dá sentirmos que quem amamos continua vivo. Um grande evento a não perder, com a participação de João Pedro Pais, Pedro Chagas Freitas, Luís Represas, Nuno Guerreiro, Domingos Caetano, Carolina Leite, Joana Reais, Pedro Lamy e Kristóman. A receita, deste espatáculo reverte para a Associação Salvador.
TEATRO DAS FIGURAS
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Ademar Dias
