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Faro: Companhia Nacional de Bailado estreia “Primeira Vez” no Teatro das Figuras

Em novembro, a programação do Teatro das Figuras, em Faro, integra teatro, poesia, palestras, música e a estreia absoluta de Primeira Vez pela Companhia Nacional de Bailado, no dia 14, às 21H30, com coreografias de Marco da Silva Ferreira e do antigo primeiro bailarino da CNB, Filipe Portugal, num programa em que o coletivo é um impulso para explorar a resiliência e a memória dos corpos que dançam.

Em Corpos de Baile evoca-se a imagem de corpos que se destroem e reconstroem através da dança, destacando-se a mestria do corpo, o seu potencial de plasticidade e um colectivo de resiliência associado a juventude, minoria, rebeldia e utopia, ao som das composições de Valentina Magaletti, numa coreografia sonora entre o techno minimal e o mantra. Teu Corpo Meu Eco parte da reflexão sobre ideias, músicas e movimentos inscritos num percurso que, a partir de um processo de transformação, propõe outras leituras através da coreografia, da música e dos figurinos, que povoam a carreira de Filipe Portugal.

Além do bailado, o teatro, em particular o comunitário, destaca-se fortemente na programação de novembro do Teatro das Figuras. Na sexta-feira 6 estreia Teatro de Vizinhos, um projeto em que a arte é um veículo de transformação social. Orientado por Miguel Martins Pessoa, do JAT – Janela Aberta Teatro e com consultoria de Edith Scher, diretora do projeto Matemurga, música, encenadora e uma das referências mundiais do Teatro Comunitário, Teatro de Vizinhos surge após a apresentação de vários projetos comunitários de curta duração, em que os participantes e o Município de Faro/Teatro das Figuras manifestaram um forte interesse em continuar com a prática do teatro comunitário.

Esse interesse é reforçado, no sábado 21, em Cortes de Faro, uma encomenda do Teatro das Figuras, que leva a palco o resultado conjunto da pesquisa histórico-social de Rui Catalão e grupos de participantes do concelho de Faro. As cortes gerais, que tiveram o seu apogeu entre os séculos XIII-XV, tinham uma duração aproximada de um mês, durante o qual clero, nobreza e povo se reuniam separadamente e no final apresentavam as suas petições. Na transposição para a sociedade atual verifica-se a manutenção de grupos identitários entre as comunidades e o espetáculo Cortes de Faro propõe-se trabalhar com estes grupos e deste modo, mostrar a sua visão, as suas inquietações e as suas problemáticas sobre a cidade e o território.

As propostas de teatro encerram no dia 28, com a antestreia de Atlântico, uma coprodução Copa-cabana, Teatro Nacional D. Maria II e Festival Citemor com o Teatro das Figuras, que parte de uma viagem de cruzeiro de Portugal em direção ao Brasil. O percurso entretanto convertido em rota de férias foi trânsito de corpos escravizados e de marinheiros obrigados a explorar o denominado "Novo Mundo”, lugar de fábulas e monstros, desafios e superações. O autor, Tiago Cadete, é um artista português que tem vivido entre Portugal e o Brasil e cujo trabalho se situa nas fronteiras entre as artes performativas e as artes visuais.

Novembro tem ainda espaço para dois ciclos: no dia 10, a poesia dá mote a Kilavra, um projeto de palavra dita, com sonoridades electrónicas criadas ao vivo e no dia 16, o ciclo de palestras online Vidas com Arte, convida o encenador Ricardo Pais, com transmissão em direto no canal de Youtube do Teatro das Figuras.

Informação completa sobre a programação, estão disponíveis no sítio de Internet do Teatro das Figuras, em www.teatrodasfiguras.pt

 

Ademar Dias

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